sábado, 11 de outubro de 2008

Marcos Valério é preso pela Policia Federal em Belo Horizonte

Preso em BH na sexta-feira, empresário foi transferido e interrogado até 1h30 pela Polícia Federal

São Paulo – Conhecido como o operador do mensalão, o empresário Marcos Valério de Souza foi indiciado ontem pelos crimes de denunciação caluniosa, corrupção ativa e formação de quadrilha. Preso na sexta-feira em Belo Horizonte, ele foi interrogado até 1h30 na Superintendência da PF em São Paulo, para onde foi transferido.

A Operação Avalanche, desencadeada por ordem da Justiça Federal, levou à prisão outros 16 acusados de integrar esquema de corrupção ativa e passiva, fraudes fiscais e formação de quadrilha para extorsão de empresários em débito com o Fisco.

Nas três horas e meia de depoimento, a PF insistiu com Valério sobre suas relações com o empresário Walter Faria, presidente da cervejaria Petrópolis. O caixa 2 do mensalão respondeu que conhece Faria há muitos anos e que ultimamente estava ajudando o empresário a localizar um terreno na Grande Belo Horizonte para instalação de uma unidade da fábrica de cerveja. Valério declarou à PF que em contato recente Faria reclamou a ele que estava sofrendo várias autuações tributárias e pediu sua ajuda.

Valério disse que apenas indicou um advogado para cuidar da causa: Ildeu da Cunha Pereira, que também foi preso pela Avalanche. Em agosto, Ildeu foi interceptado pelos federais no Aeroporto de Sorocaba (SP) com R$ 1 milhão em dinheiro vivo.

Marcos Valério também afirmou que não conhece e nunca teve contatos com os delegados da PF em Santos Silvio Salazar e Antonio Vieira Hadano, suspeitos de terem forjado inquérito contra os fiscais da Fazenda estadual Eduardo Fridman e Antônio Carlos Moura Campos, que autuaram a empresa Petrópolis em R$ 104,54 milhões por sonegação de tributos. Em 2007, a cervejaria faturou R$ 1,028 bilhão.

Em nota distribuída na sexta-feira, a Petrópolis informou “não possuir qualquer tipo de contrato com o sr. Marcos Valério” e disse estar à disposição da Justiça.

A PF enquadrou Valério por denunciação caluniosa porque está convencida de que ele foi o articulador da trama contra os fiscais estaduais, alvos de inquérito forjado na PF em Santos.

Valério negou também envolvimento com agentes federais em golpes de extorsão contra empresários em débito com o Fisco. “A suposta participação de Valério nessa história é absolutamente lateral”, disse o advogado Marcelo Leonardo, que defende o empresário. “Não há nenhuma suspeita de envolvimento dele em extorsões.” O advogado disse não ter tido acesso total ao inquérito, o que deve ocorrer na terça-feira.

2 comentários:

cardoso disse...

Vejo que a opinião pública brasileira de tanta decepção diante do caso "Daniel Dantas" que constitui na realidade um marco divisor entre o Brasil e sua corrupção, inexplicavelmente já se entregou ao total descrédito no Governo que estranhamente aplaude. Como eleitor do Lula, vejo-o no momento, o maior estrategista ou o mais sortudo político do mundo, quando consegue junto à opinião pública brasileira um crédito jamais concedido à um Presidente do Brasil, nem mesmo ao JK se tivesse governado em situações como as atuais. A expectativa do povo brasileiro é uma só: Ver na cadeia todos os corruptos principalmente os governantes e isso não tem acontecido, parecendo até que o brasileiro se satisfaz e se acalma somente com o alardear governamental quando identifica e mostra ao país os seus ladrões corruptos. Este Governo conseguiu fazer valer "o que os olhos não vêem, o coração não sente" e se conseguir fazer disso também uma lavagem cerebral, Lula será canonizado pela opinião pública do país. Ariston Cardoso - Goiânia - Go.

cardoso disse...

Não entendo de internet, estou apenas exercendo a minha curiosidade e pretendo ser um frequentador assíduo desse blog que hoje me indicaram. Se eu poder contar com a assistência ao que necessito, agradeço